Redação
Dom Orlando Brandes é um bispo de oração, amigo, solidário, especialmente com os padres que sofrem e necessitavam de ajuda.
Na década de 80, alguns seminaristas da Diocese de Apucarana fizeram a Teologia no ITESC em Santa Catarina emoraram na famosa Casa do Meio com e sob a orientação do Padre Orlando Brandes, que periodicamente se reuniam, em clima de oração, em torno de uma mesa, após um café delicioso, para a revisão da vida comunitária. Como professor, tem a capacidade transformar os conteúdos mais complexos em esquemas muito simples eos dividindo em pontos para a fácil assimilação.
Retiro para corintiano
Quando arcebispo de Londrina, Dom Orlando Brandes, tinha o hábito, por ocasião da Semana da Pátria, orientar,em Lobato, um Retiro Espiritual para o seu ex-aluno do ITESC, o saudoso Padre José Cardoso Santana (Padre Zezinho), que era tetraplégico.
O padre Zezinho viveu, muitos anos, numa cadeira de rodas, sem o movimento dos braços,das pernas e do pescoço. Corintiano, ele dava grande testemunho de amor através da sua alegria, acolhendoe atendendo com sorrisoas pessoas da paróquia e da região que o procuravam.
São João Paulo II
Num destes Retiros, Dom Orlando comentou que São João Paulo II quando doente, disse que a cadeira de rodas é o monumento do missionário. Para o Pontífice Santo, todo enfermo é um missionário que onde a pregação da Palavra encontra obstáculos, a simples presença deste Missionário com o seu testemunho de pobreza, caridade e santidade, constitui já forma eficaz de evangelização. O missionário é operário indispensável para a Vinha doSenhor.
Bispo amigo e acessível
Dom Orlando Brandes sempre muito alegre, motivado e brincalhão, chamava o saudoso Padre Zezinho de Cônego Santana, o Patriarca de Lobato.
Também num destes Retiros, num momento descontração, Dom Orlando começou a falar dos seus ex-alunos: “Na sala de aula, enquanto eu estava expondo a matéria, o Pedrinho Missionário ficava olhando para cima. Só contando estrelinhas.O Zezinho era o único aplicado. Não parava de escrever. Mas uma vez, cheguei perto dele para ver o que estava escrevendo, percebi que ele estava desenhando as estrelinhas que o Pedrinho Missionário via”.
“O senhor não mudou nada, hein, Dom Orlando?”, observou o padre Zezinho dando uma gostosa risada.
“A raposa muda de pelo, mas não muda de vício”, parafraseando João Paulo I à sua antiga conhecida camponesa, disse o arcebispo de Londrina.